segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Conversa com o ginecologista

- Oi Dr Nilson, eu liguei pra saber como foi o meu exame?
- Ah Serena, foi um pouco menos do que a gente esperava. 7 semanas de gestação era o que a gente tinha imaginado, né? Mas são três semanas só.
- ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ... ...
- Não era isso?
- Não, sem gestação.
- Ah, então tá bom, confundi os exames.
 
Que imprudente, tsc, tsc, tsc.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

alô, polícia do karma!

Eu sempre achei que recusar um emprego era pedir pra ter karma ruim. Um dia isso ia se voltar contra mim, eu ficaria desempregada, à margem da sociedade, e minha consciência se voltaria contra mim: "Está vendo! Se você não tivesse recusado aquele emprego que te ofereceram, nada disso teria acontecido".

E, dirigida por essa nada confortável impressão, assim eu fui tomando as decisões na minha vida, pulando de um emprego para o outro, conforme surgiam as propostas e eu as aceitava pra não acordar o karma ruim. Até hoje.

Hoje pela primeira vez eu tive clareza para dizer não. Não era o que eu queria: um trabalho formal. Eu quero vários trabalhos menores. Quero ser minha própria chefe. Quero sair a hora que eu determinar para ir correr (na chuva, atualmente) na USP. Quero me especializar em um assunto. Quero prestar vestibular e ser estudante universitária de novo. Quero ir para a Amazônia em setembro, para NY em outubro e para a Austrália no ano que vem.

E enquanto eu tentava explicar isso para minha ex-futura chefe (não consegui dizer um terço, obviamente), eu queria dizer: "Não é pessoal". Mas sabe o que? É pessoal sim. É meu. São meus planos pessoais, e se eu não cuidar deles ninguém mais vai.