segunda-feira, 26 de maio de 2008

diário do desemprego:

números e uma semi-lista

1) faltam 5 dias. mais ou menos. depende do peso dos corpos que se foram no corpus cristi.

2) falta uma cama de solteiro e uma mesa de computador. o resto todo pode vir depois.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

fúria

Quase morreu na semana anterior. Depois achou que estava perdendo a razão, que aquela raiz lógica ora tão frondosa que a ligava à Terra virava agora quase um fluido, que se esticava e afinava constantemente. Foi pro hospital já sabendo que não encontraria uma resposta. O que ouviu foi uma pronunciação seca e desinteressada. "Não se pode ter dor de cabeça todos os dias, menina".

Depois veio a calmaria. Três dias de tranqüilidade foram o suficiente para que pudesse ver o sol brilhando de novo.

Até que não mais. Era verdade, estava vivendo em bases semanais. A cada 7 dias a roleta girava e ela amava, odiava ou temia o mundo de um jeito diferente. Era uma planta grande num vaso pequeno? Não exatamente.

Mas era diametralmente fora de lugar.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Eu continuo odiando empresas, apesar de continuar dependendo delas.

Meu mais recente embate está sendo com a Eletropaulo. Mas não que eles saibam disso, porque obviamente eu não consegui falar com ninguém de lá.

Eu tenho contas em aberto com a Eletropaulo. E, juro, estou morrendo de vontade de pagá-las, até porque, apesar de as lâmpadas da cozinha estarem queimadas, eu gosto de ter luz na minha casa (nos outros cômodos, pelo menos). Eu gosto de ver tv, de usar meu computador e de ler algum livro sem precisar de uma lanterna a pilhas. Eu quero pagar minhas contas e continuar tendo energia elétrica em casa.

E seria fácil resolver isso. Bastava pegar as contas e levar no banco, ou acessar o website do meu banco, código de barras, senha do cartão e voilá! Seria fácil se a Eletropaulo não estivesse enviando a fatura para outro endereço. Um apartamento onde eu morei anos atrás agora está recepcionando minhas faturas elétricas. E o novo morador do antigo apartamento obviamente não vai fazer o favor de pagar as contas por mim. Eu também não faria, no lugar dele.

Então, você pensa, "preciso resolver isso". Deve ser fácil. Seria, se o site da Eletropaulo não me requisitasse um dado precioso para fazer o log in e resolver a situação online. Número de instalação. Simples, e tenho certeza de que deve ser uma informação bem vísivel na fatura, que é o único lugar onde se pode encontrar essa informação. Très bien, seria fácil de resolver se algum dia na minha vida eu tivesse recebido a desgraçada da fatura em minhas mãos!

Hmm, então vamos tentar outra opção. "Mudar o endereço de entrega da fatura". Sensacional. Assim, logo que eu receber a primeira, já pago imediatamente e solicito a re-emissão das faturas anteriores. Béee. Pra fazer isso também preciso do número de instalação.

Ok, atendimento virtual. Talvez eles possam me ajudar. Hmmm, "Serviço temporariamente indisponível". Vocês, são sádicos, meus amigos da Eletropaulo.

Mas, pensando bem, é mesmo prudente que o cara não consiga fazer qualquer alteração com um mínimo de dados (se bem que duvido que qualquer ser mal-intencionado teria o número do CPF para fazer uma alteração-trote). Pois bem, é um exagero, mas é compreensível. Então nos resta o contato telefônico. Daí eles podem confirmar meu endereço (o atual e o de entrega da fatura), minha data de nascimento, o nome dos meus pais, meu tipo sangüíneo e os tipos de alergia que eu tenho. Além disso eles vão gravar a conversa para minha própria segurança e todos serão felizes para sempre.

Mais uma vez seria fácil. Muito fácil. Isso se o número não estivesse ocupado há 3 horas.

Vontade de dar uma de Pedro Ivo Souza e assassinar esses seqüestradores do nosso bom-humor.

a maior perdedora

Ontem eu perdi feio.

Durante aproximadamente 35 minutos, eu perdi para senhoras, senhores, esportistas e transeuntes, vovós caminhando e mamães passeando e crianças brincando. Todas essas figuras se mexiam mais rápido do que eu enquanto eu, pasmem, corria.

Tá bom, não era corrida. Era um trote desses bem pé-ante-pé. Ficou claro que não era rápido, mas por favor entendam quando eu digo que cansava! Cansava tanto que na semana anterior eu espremia os olhos e jogava o corpo pra frente pra ver se corria três dois minutos dessa corrida. E depois caminhava bastante pra ver se conseguia respirar de novo. Tipo, querendo morrer.

Mas dessa vez não. Fui bem devagarinho pra não gastar muito. Bem devagarinho pra chegar até o fim. Bem devagarinho pra ser ultrapassada por senhores de bengala.

Aí eu me concentrava na música pra esquecer a vergonha, depois sorria e lembrava que eu estava ganhando de uma única -- e a mais importante, nesse caso -- pessoa: eu mesma. Ou a minha versão na semana anterior, que não conseguia manter o ritmo por 5 minutos constantes. Ou a minha versão ano passado, sedentária e fumante. Ou a minha versão 10 anos atrás, "não vou fazer natação porque eu não tenho fôlego e não quero parar de fumar".

Aí no final eu soltei o pé, ultrapassei uns 5 ou 6 caminhantes (uhu!) e achei que podia correr mais umas cinco voltas daquela, mas rápido e mais invencível.

Mas não, claro que não. Ainda não.

Semana que vem a gente ganha mais um pouquinho.

sexta-feira, 16 de maio de 2008

mudar o mundo?

http://www.storyofstuff.com

faz um tempo que eu tenho que pensar em alguma coisa. o que é, eu não sei, ou não sabia. e talvez até continue sem saber e vá andando assim como quem está indo para algum lugar.

eu tentei várias coisas para descobrir o que é isso que eu não sei o que é. terapia, conversas, entrevistas de emprego, pesquisas na internet, mapa astral, cerveja, exercício físico. alguns, obviamente, funcionaram melhor do que outros, mas nenhuma dessas coisas conseguiu me trazer realmente uma resposta.

mas esse pequeno vídeo trouxe, pelo menos, um bom coomeço. ele chegou ontem, mas eu só li hoje. e sabe aquela história da caixinha? aquela em que eu guardo as coisas que realmente fazem sentido para mim, as coisas que me explicam, as coisas que me fazem ser que eu sou e quem eu quero ser? então, esse vídeo vai para a caixinha com louvor. e espero que em breve ele saia da caixinha e se torne mais do que uma recordação, um recorte de papel, um link no blog.

quinta-feira, 15 de maio de 2008

lembrança de nosso senhor do bonfim

"sabe, sê, é que aqui na Bahia a gente leva a alegria muito a sério"
L.B.

essa é digna da caixinha de lembranças. e vai com a seguinte nota: sorrir como na Bahia.

sexta-feira, 9 de maio de 2008

nota mental

os lugares fechados no Rio de Janeiro têm cheiro de filtro sujo de ar condicionado. aposto que ninguém nunca faz revisão nesses negócios. e aposto que as minhas alergias vão ficar muito contentes com essa temporada;
 
o taxista também não gosta de trabalhar de sábado. nem gosta do vizinho doente, nem dos vizinhos que só se lembram dele quando o bicho pega e o vovô tem que ser levado pro hospital -- no táxi do colega. acho que ele também não gosta de mocinhas que fazem corridas de 15 reais, mas parece que ele teve a fineza de disfarçar...