sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

365 palavras: 4 (momento Chico Buarque)

parangolé

Acepções
substantivo masculino
Regionalismo: Rio de Janeiro. Uso: informal.
1    conversa sem pé nem cabeça, desconchavada
2    conversa desinteressante, conversa que não leva a nada
3    conversa fiada; lábia
4    comportamento desonesto para ludibriar alguém; malandragem, astúcia, esperteza
Ex.: um cara cheio de p.


pra quem não sabe de onde veio:

A Volta do Malandro

Chico Buarque

Eis o malandro na praça outra vez
Caminhando na ponta dos pés
Como quem pisa nos corações
Que rolaram nos cabarés

Entre deusas e bofetões
Entre dados e coronéis
Entre parangolés e patrões
O malandro anda assim de viés

Deixa balançar a maré
E a poeira assentar no chão
Deixa a praça virar um salão
Que o malandro é o barão da ralé

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

365 palavras: 3

assaz

Acepções

advérbio
Uso: formal.
1 suficientemente, bastante
Ex.: foi escolhido por ser a. astuto e industrioso para tal missão
2 em alto grau; muito
Ex.: os prejuízos deixaram-no a. preocupado

e a essa altura já deu pra entender que pontualidade não é o nosso forte. hum.

365 palavras: 2

hirsuto

Acepções
adjetivo
1 provido de pêlos ou cabelos longos, duros e grossos; cerdoso
2 em desalinho, com aspecto mal-cuidado (diz-se de pêlo ou cabelo); espetado, eriçado, arrepiado, hirto
Ex.: barba h.
3 Derivação: sentido figurado.
sem afabilidade para tratar as pessoas; hirto, áspero, intratável
Ex.: um homem de gênio h., que mal cumprimenta as pessoas
4 Rubrica: morfologia botânica.
revestido de pêlos longos, ásperos e flexíveis (diz-se de qualquer estrutura ou órgão, esp. de folha)
5 Rubrica: morfologia zoológica.
coberto de penas piliformes (diz-se de ave)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

365 palavras: 1

truísmo

Acepções
■ substantivo masculino
1    verdade incontestável ou evidente por si mesma
1.1    coisa tão óbvia que não precisa ser mencionada; banalidade, obviedade

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

a cura para acne

aqui.

mas tem que ler o post e os comentários.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

food for thought

você é repreendido. quase publicamente, mas isso não interfere muito. a reprimenda vem também na forma de pseudo-análise-barra-sugestão. "acho que vocês deveriam ter trabalhado mais juntos". fica claro para todos que a responsabilidade pelo insucesso é sua.

para todos, menos para você.

nem o corpo não sente a responsabilidade. não há susto, adrenalina, frio na barriga.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

retratação

eu nunca mais acredito quando uma embalagem disser "pimentas suaves".

até as unhas sofreram!...

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

será o otimismo perigoso?

Folha Online - Blogs - Josias de Souza: "Se a coisa continuar nesse ritmo -governantes governando, oposição se opondo, repórteres reportando...- o Brasil corre um sério risco: pode acabar virando uma democracia de verdade."

não sei, mas continuo gostando do Josias
:)

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

da violência no trânsito

Eu me encolho toda vez que ouço ou leio em algum lugar, alguma reportagem, dizendo que a violência no trânsito causou muitas vítimas. Imagino homenzalhões descontrolados descendo de seus carros e avançando contra a ingenuidade e desproteção da vítima, gangues de carecas saqueando carros inocentes, policiais e traficantes trocando tiros entre os motoristas. Não é o caso. Acidentes de trânsito causam vítimas sim; são fatalidades lamentáveis. Mas toda vez que alguém enganosamente resume a situação do trânsito com a expressão "violência", pensa-se em maldade, crueldade, loucura. Pensa-se no inexplicável que nos deixa boquiabertos ante um assassinato, um estupro, uma agressão verbal que seja: a intenção. Pior: cria-se uma imagem de injustiça e repugnância, como se o trânsito violento fosse um vilão à solta.

violência
IMPRIMIR
{verbete}
Datação
sXIV cf. FichIVPM

Acepções
substantivo feminino
1    qualidade do que é violento
Ex.: a v. da guerra
2    ação ou efeito de violentar, de empregar força física (contra alguém ou algo) ou intimidação moral contra (alguém); ato violento, crueldade, força
Ex.: <sem lei, a polícia pratica violências contra o indivíduo> <o gigante derrubou a porta com sua v.>
3    exercício injusto ou discricionário, ger. ilegal, de força ou de poder
Ex.: v. de um golpe de Estado
3.1    cerceamento da justiça e do direito; coação, opressão, tirania
Ex.: viver num regime de v.
4    força súbita que se faz sentir com intensidade; fúria, veemência
Ex.: <a v. de um furacão> <uma v. de sentimentos> <a v. de sua linguagem>
5    dano causado por uma distorção ou alteração não autorizada
Ex.: v. da censura pouco esclarecida
6    o gênio irascível de quem se encoleriza facilmente, e o demonstra com palavras e/ou ações
Ex.: temia a v. com que o avô recebia tais notícias



A violência me parece tão intencional quanto incompreensível; precisamente duas coisas que não podemos dizer do lamentável estado do trânsito no Brasil -- e aqui falo tanto de estradas, quanto de automóveis, condutores e fiscais.

Desnecessário explicar a falta da intenção, mas para constar: as vítimas do trânsito são ocasionadas por acidentes de trânsito. Acidental é o oposto de intencional. O que não quer dizer que não hajam circunstâncias, tendências e fatores provocadores, que tornam os acidentes menos eventuais e mais propícios (e ainda assim não intencionais). E é justamente essa parte que me constrange profundamente quando algum jornalista chama o trânsito brasileiro de violento: a violência beira o irracional, e a situação brasileira não. Sobram motivos, desde a má condição das estradas, à má educação dos motoristas, à permissividade (leia-se propensão ao suborno) das autoridades e frouxidão da legislação. Não há um senso de justiça por parte alguma. Mas apesar de constrangedoramente embaraçado, esse cenário me parece longe de ser inexplicável, e muito menos incorrigível.

top cinco -- livros que eu nunca li

5. Ulisses, James Joyce
4. Don Quijote de la Mancha, Miguel de Cervantes
3. Budapeste, Francisco Buarque de Holanda
2. Memorial do Convento, José Saramago
1. O Jogo da Amarelinha, Julio Cortázar

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Not A Word

Se eu tivesse saco de acompanhar os emails/horóscopo do Personare, provavelmente descobria que mminha conjunção astral está propícia para a organização (pelo bem da casa nova!), para o descanso, amigos e boas leituras. Mas nada de produção. Nem profissional, nem pessoal.

Veja o carnaval. Profícuo de muitas maneiras. Mas não tem servido pra juntar letrinhas com letrinhas. Talvez porque não haja nada para entender, ou por uma precaução extra, para não encontrar nem defeito nem solução. Para não profanar. Nem diluir.

Então, aí está o carnaval. "Somos". Pedro ficou inesperadamente sábio.

E é assim que eu vou me despedir da terapia.

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

carnaval, carnaval... eu odeio o carnaval...

mentira. é preciso muita força de vontade para odiar as coisas, e ultimamente têm me faltado tantas forças que estou concentrando meu ódio numa só questão. mas o carnaval, assim como os outros assuntos que me têm roubado os ânimos, cansa.

é a sexta-feira anterior e as pessoas parecem elétricas. quem não tem um programa parece desesperado. quem tem, também. ninguém vê a hora de encerrar o expediente e pegar a estrada. e, muitas vezes, o expediente acaba mais cedo porque niguém mais faz mais nada antes que o carnaval passe. e até lá, ficamos todos sonhando acordados com os dias de esbórnia e alegria que seguirão. e este é o motivo cansante número um: é obrigatório se divertir no carnaval.

a diversão carnavalesca é uma obrigação de todo e cada cidadão brasileiro. e é por isso que às vezes o carnaval começa no almoço da sexta-feira, quando os privilegiados põem em prática seus privilégios e lançam seus veículos mais cedo à estrada. a tensão se eleva. em algumas horas as hordas não privilegiadas farão o mesmo, e as precárias autopistas brasileiras serão inundadas com mais números e estatísticas fúnebres. "vão com cuidado". e este é o motivo cansante número dois: o carnaval e sua diversão obrigatória para todos os cidadãos são um perigo.

mas o perigo, na verdade, é só um dos elementos que compõem o carnaval, como o samba, a mulata, o trânsito, a esbórina e a alegria. e como a expectativa. há semanas a mídia preparou vinhetas, programas e estruturas para cobrir o maior show da terra. e há já alguns dias, os bons cidadãos brasileiros não pensam em outra coisa. e não fazem outra coisa que não pensar no carnaval, de maneira que tudo pode esperar o ano começar depois da quarta-feira de cinzas. o carnaval é o ano novo brasileiro, e esse é o motivo cansante número três.

de maneira que, com as pálpebras superiores quase coladas nas inferiores, eu não vejo a hora de encurtar o expediente, enfrentar o trânsito da estrada, cair na esbórnia e deixar o ano novo para depois. hm, acho que não é o carnaval que eu odeio...

i do

a primeira noite no quarto novo foi de não caber em sim. de novo, a atmosfera mudou, o ar que nos envolvia ganhou novas propriedades: um novo cheiro, com outra temperatura, alguma densidade entre o leve inexistente e o seguro palpável. e, principalmente, uma invisível promessa.

meu objetivo era que tudo ganhasse ares de lar antes que as palavras precisassem ser ditas. achei que demoraria meses. mas bastou o sofá se encontrar com a parede, com a cômoda, com a estante e os livros, a mesa e a cadeira. o lar estava lá, envolta das caixas e sacolas. tão perfeito e espontâneo quanto todo o resto.