terça-feira, 28 de agosto de 2007

Eclipse da lua

Se você for embora eu perco a fé no mundo. Não duvido nada que eu me mate, ou ande vivendo como um zumbi até morrer de tristeza. Se você for embora vai levar junto a minha vida. É sério, não estou falando isso só para você tirar a mão da maçaneta.

É tão sério que eu quase não me importo se você vai ou não abrir a porta. Porque eu não tenho essa dúvida, o que será de mim? Eu sei o que será.

O medo, esse companheiro desnecessário, que eu sentirei sempre - quer você chame o elevador ou não - é o de ter me enganado tão redondamente. Veja, eu já disse eu te amo antes. Já achei que era pra sempre. Já fiquei triste de ter me enganado, mas no fundo eu sempre soube que estava enganada. Mas não agora.

Se você for, e eu disser pra sempre outra vez, para outra pessoa... não pode ser. Você entende o tamanho da catástrofe? Nem as palavras nem os sentimentos farão mais sentido. E eu só não digo que deixarei de me relacionar tanto com as palavras quanto com os sentimentos porque sei que a nossa vida é tão persistente e suja quanto a vida tem que ser, e que para sobreviver somos capazes de trair qualquer outra obstinação.

Então talvez eu viva, assim sem vontade, só porque o coração precisa continuar batendo. Mas você entende que será uma vida também sem razão, sem sentido? Pode até ser uma vida com outro amor enganado, mas se você me conhece bem, sabe que não me valerá de nada uma vida sem lógica. Sem o conforto irracional da esperança.

Então me promete uma coisa: se você entrar nesse táxi, que seja pra me levar junto. Pra sempre?

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Hmmm

Acho que o meu problema é ter uma imaginação muito fértil. Na hora de escolher uma profissão eu conseguia me imaginar fazendo virtualmente qualquer coisa. Talvez eu devesse ter procurado critérios de desempate mais sensatos...

sábado, 25 de agosto de 2007

O exato momento

Agora vejo que aquele não poderia ter sido só um beijo. Comum e esquecível como tantos outros que se beijam nos finais de noite, às portas dos prédios, dentro dos carros. Uns ansiosos e demorados, outros sem vontade e preguiçosos. Outors, como aquele, completamente inesperados. Agora, percebo que o ar naquele momento se adensou, e se moveu, lenta e colossalmente como a montanha que vai a Maomé. Irreversível, mudando de alguma maneira o espaço ao seu redor. No dia seguinte, quando cheguei em casa com a cabeça pesada de ressaca, o estômago cheio de fast food e o espírito estranhamente leve, procurei ainda pelos cantos do apartamento algum resquício daquela vida antiga que eu levara até o dia anterior.
 
Passei ainda muitas semanas, meses, procurando sem saber. Sem determinação - na verdade beirando o descaso, porque eu não sabia exatamente o que procurava e tampouco se realmente queria encontrar. Hoje sim me dei conta, o que era que me faltava de alguma maneira. A solidão que eu com muito carinho havia criado, e com quem havia me habituado a conviver, movida por um estranho sentimento de proteção e orgulho de ser auto-suficiente.
 
Hoje, quando acordei para a cama vazia, o lençol desdobrado, o travesseiro amassado e frio, era para ter sido solidão. Mas foi dor e vazio.

domingo, 19 de agosto de 2007

Tarde de domingo

faz sol em Curitiba.
era pra ser legal.
talvez era. demora.

segunda-feira, 6 de agosto de 2007

Tarde e fim de tarde

Especialmente quando os prédios estivessem longe e o céu azul.

Há um momento durante a tarde, antes de a luz ficar amarela e envelhecida, ainda no auge da tarde, em que o mundo pára. Não há pressa, nem urgência, nem pendência. Não enquanto os gatos se banham com a língua e os passarinhos com areia. São 15 ou vinte minutos em que o vento balança as folhas nas árvores e leva de passeio os papéis no chão. É nessa hora que o cobrador varre o chão do ônibus, que a vizinha esquenta a água do café, que o tio da perua manobra o carro. Tudo em silêncio. Ninguém sabe, mas é como se a tarde fizesse uma enorme prece, cantada baixinho no barulho da buzina da bicileta, no pio do do tico-tico, na pressão da panela e na aula de piano.

Até os camelôs ficam em silêncio enquanto os pés sujos de rua fazem pular a sombra comprida no asfalto morno. Ela brinca de amarelinha, sozinha.

sexta-feira, 3 de agosto de 2007

Sem cérebro e com música

Certas coisas na vida têm que ser feitas assim: de ressaca.

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Death Cab For Cutie


riviera 035
Originally uploaded by serenity now!
If heaven and hell decide That they both are satisfied Illuminate the no's on their vacancy signs

If there's no one beside you When your soul embarks Then I'll follow you into the dark

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Pra guardar

http://www.flickr.com/photos/scalejon/

Tanto sentimento...

...acaba virando dor-de-cabeça. Assim, com hífen mesmo, porque sólido.

Ruim é não saber nem de onde vem nem pra onde vai.

Não conta pra ele...

...mas quando eu crescer quero escrever que nem o Kazi.

Alta in/fidelidade

Tem uma só pessoa hoje que é depositária e merecedora de toda a minha fidelidade (mas não necessariamente pra sempre, vejam bem, só enquanto for eterno). Ao resto do mundo eu não devo mais que o meu bom senso e educação.
 
Então assim, muito educadamente, eu fui lá no WordPress.com ver como era o esquema deles. Testei e até gostei. Mas não tem essa ferramenta de postar por e-mail que eu acho simplesmente fenomenal.
 
Como eu disse pro Tchulipe, dá vontade de postar só pra ver o negócio funcionando.
 
(Será que com linques também vai?)