quarta-feira, 10 de outubro de 2007

Ja-já eu vou

Sabe, eu quase não te dei razão. É bom ganhar dinheiro, ter independência, investir nessa auto-estima. É bom e é fácil. E eu sabia que você não ia querer. Talvez porque nunca tenha feito isso antes. Talvez porque o custo de oportunidade ainda seja muito alto e acordar todo dia ao meio dia continue sendo a melhor opção.

Sabe, eu quase fiquei chateada com a sua decisão. Mas aí as pessoas começam a te tratar como um zé-ninguém. Não ouvem o que você fala, não perguntam. Mandam. Desmandam. Ignoram. E te atropelam como se o salário no final do mês fosse um sinal dessa troca injusta: você me dá o seu trabalho e eu te cobro a sua vida. Não é exagero, é a vida pessoal que entra nessa conta, é a saúde, o bem-estar, o lazer. Todas essas coisas boas de se aproveitar com o dinheiro de um salário gordo e suado. Mas o que não se pode aproveitar com um soldo injusto.

O que você não sabe é que não é pra sempre, é só passagem.

Um comentário:

Sacerdote Ulça disse...

aprendeu direitinho. Já virou sacerdotisa