terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Invasão de Domicílio

Eu gosto muito de filmes, mas tenho um problema sério com horário e pontualidade, de maneira que o cinema não é meu amigo. Mas a vídeo-locadora...! Adoro ver filmes em casa, debaixo do cobertor, roupa confortável, comida e bebida à vontade e o abraço da companhia certa. Pois ontem pegamos um filme no improviso, escolhido na hora, sem referências anteriores. Invasão de Domicílio. Não vou nem comentar a péssima tradução do titulo original, Breaking and Entering, porque sinceramente, não prestamos tanta atenção assim ao titulo em português.

Confesso que foi mesmo o elenco que ajudou na hora da escolha: Jude Law (que, sozinho, valeria o filme mesmo que fosse uma bomba como O Amor Não Tira Férias. Ah, Jude...) e Juliette Binoche.

Ao lado de Robin Wright Penn, Jude Law vive um relacionamento morno, educado, beirando o desgaste. Quando seu novo escritório de arquitetura, no decadente bairro londrino de King’s Cross, é invadido e seus computadores roubados, um turning point começa a se desenhar na vida de Will Francis (Jude Law).

As mudanças são tão sutis, e suas nuances tão bem construídas, que é besteira falar mais sobre a trama. Mas não é isso que surpreende sobre o filme, e sim os outros detalhes. O diretor (confesso que só reparei no nome quando subiram os créditos), Anthony Minghella, de Cold Mountain, O Talentoso Mr Ripley e O Paciente Inglês (caramba, com tanta referência boa como é que eu só fui reparar no figura no final do filme? Acontece...) dá a cada detalhe o seu espaço preciso, seu momento de glória. O lettering da abertura sai de cena com uma graça pertinente. A trilha sonora tem no roteiro a escada que a leva para o ápice. A direção dos atores cresce, com momentos ora mais fortes, ora mais delicados. Até a fotografia, que não é marcante, na maior parte do tempo, tem o seus segundos de reinação absoluta.

Eis o que me impressionou na direção de Minghella: nenhum elemento briga com seu próximo. Roteiro, atores, luz, som, montagem, todos trabalhando em harmonia. Ao mesmo tempo, cada um desses elementos tem o seu momento, seu espaço para brilhar. Sem exageros, sem perder o tom.

Muito bom.

Nenhum comentário: