Lucia e Carlos iam se casar. O casamento perfeito, ela achava. Eles eram os primeiros namorados e estavam apaixonados desde o primeiro dia, há sete anos. Eles iam se casar e era, perfeito, a não ser pelo fato de que o namoro terminou. Ele aceitou voltar, mas só no casamento. Eles planejaram juntos, como amigos, o casamento próximo.
Todos os meus amigos foram convidados para o casamento. Menos eu. Eu não tinha um namorado pra me acompanhar, ficaria inadequadamente perdida nas conversas perfeitas dos outros casais perfeitos.
Depois chegou a vez de arrumar o armário de casa. Lucia e Carlos participaram da arrumação, a princípio, mas como os trabalhos durariam uma manhã inteira de tempo-sonho (o que pode chegar facilmente a meses nesse caso), foram logo substituídos por um outro casal mais próximo. Caixas e cabides e roupas sem fim.
Antes disso, uma ou duas noites antes, estávamos no mar. Um mar de areias brancas, águas verdeazuis, morno e raso, mas muito movimentado. Ipods caíam da superfície em profusão. Eu achei ótimo que o meu próprio aparelho não estava envolvido nesse movimento descendente-coletivo, mas considerei que poderia ser bom resgatar alguns. Eles certamente não quebrariam depois de tão pouco tempo dentro da água (que além de tudo era muito clara e límpida, não deveria ter a capacidade de estragar nada mesmo). E se eu não encontrasse os donos de tais ipods-náufragos, poderia bem vendê-los. Fazer algum dinheiro com isso.
E depois de tudo, de manhã, dias depois. O papagaio que não cantava durante a semana acordou sonhando que era um despertador.
terça-feira, 24 de junho de 2008
adivinhe o que é.
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Um comentário:
acho q ele sonha com isso tdo o sábado.
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