segunda-feira, 16 de junho de 2008

meu pai disse que eu nunca falho

é verdade, ele disse mesmo. e eu morri de vergonha. na verdade meu pai disse isso para ele mesmo, e depois de dizer isso ele começou a cumprir com a parte dele do nosso combinado. uma semana depois ele veio me contar que (por minha causa) ele estava cumprindo com o plano direitinho.

eu morri de vergonha não só porque ele me teve em tão alta conta, mas principalmente porque euzinha da silva tinha simplesmente me esquecido da minha parte, que era simples como caminhar na esteira todos os dias.

depois que passou a vergonha eu achei o episódio todo sensacional. pessoas vivem vidas inteiras em busca da admiração e do respeito de seus progenitores. eu conquistei não só isso como também (e tão importante quanto) a verbalização disso. ao mesmo tempo, eu dei ao meu pai uma decepção muito justa: tirei dele a idéia de que eu sou infalivel. tem liberdade maior que essa?

mais depois ainda, fiquei pensando que talvez eu nunca falhe mesmo. entre eu e meu pai eu fui a única que conseguiu dar conta da sua parte do trato e há dois meses estou correndo no parque. esse era o acordo, a gente ia começar a correr. para mim foi importante ter perdido o primeiro prazo, porque... bem, porque eu não estava pronta. e sinceramente, acho que isso faz toda a diferença, pelo menos na minha vida. só depois que eu fui capaz de me imaginar saindo da empresa no horário, me trocando dentro do carro, trotando passo a passo no asfalto do ibirapuera, chegando no trabalho cedo pra sair na hora, só depois de visualizar espontaneamente tudo isso é que eu me considerei pronta. e, de fato, só depois disso é que o resto aconteceu.

e dois meses depois, quando eu vi que a minha engrenagem estava funcionando direitinho, tentei incentivar de novo o pai. não deu certo, por enquanto. mas, quem sabe pra ele falte não só o tempo de estar pronto como o incentivo pra perceber isso. bora correr, paiê!!

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